Ronaldo Gomes dos Santos
Pequeno Manual Antirracista
Atualizado: 25 de ago. de 2022
Consciente de que o racismo é parte da estrutura social e, por isso, não necessita de intenção para se manifestar, por mais que calar-se diante do racismo não faça do indivíduo moral e/ou juridicamente culpado ou responsável, certamente o silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do racismo. A mudança da sociedade não se faz apenas com denúncias ou com o repúdio moral do racismo: depende, antes de tudo, da tomada de posturas e da adoção de práticas antirracistas.

Portanto, nunca entre numa discussão sobre racismo dizendo "mas eu não sou racista". O que está em questão não é um posicionamento moral, individual, mas um problema estrutural. A questão é: o que você está fazendo ativamente para combater o racismo?
Neste Pequeno Manual Antirracista, a autora trata de temas como racismo no ambiente de trabalho, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em dez capítulos curtos e contundentes, apresenta caminhos de reflexão que nos permitem reconhecer discriminações raciais e, assim, assumir a responsabilidade pela mudança do estado das coisas. Enxergar-se criticamente implica uma série de desafios para quem passava a vida sem contestar o sistema de opressão racial. Acordar para os privilégios mantidos por certos grupos sociais e praticar pequenos exercícios de percepção pode transformar situações de violência que, antes do processo de conscientização, não seriam sequer questionadas. E esse debate não diz respeito apenas aos negros, uma vez que, como esclarece Djamila, o racismo foi inventado pela branquitude, que deve responder por ele. O que é lugar de fala? Assista ao vídeo explicativo do youtuber Spartakus Santiago, falando sobre o tema a partir de um ocorrido no BBB21 e com trechos de um outro livro de grande importância da Djamila Ribeiro, o Lugar de Fala.