Ronaldo Gomes dos Santos
Shang-Chi: E a lenda dos dez anéis
Iniciado com o filme Viúva Negra, a quarta fase do Universo Cinematográfico da Marvel tem continuidade com o filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, que nos apresenta a história do primeiro super-herói asiático da Marvel. No longa metragem acompanhamos a saga do jovem chinês, cuja vida foi reclusa em árduos treinamentos de artes marciais, imposta pelo seu pai detentor dos dez anéis mágicos, o torna um lutador de grandes habilidades. Após 10 anos, ele precisa retornar à sua cidade natal para proteger sua irmã. Ao regressar, Shang-Chi percebe a ligação do seu pai com a organização Dez Anéis, organização terrorista secreta presente no primeiro filme do Homem de Ferro.

A narrativa do filme nos apresenta momentos reveladores de sua história por meio de flashbacks, o que nos permite entender os planos de seu pai e descobrir também mistérios da trama. A direção do longa nos presenteia com imagens estonteantes de luta de um dos melhores lutadores das HQs da Marvel. A sua relação com a sua grande amiga, Katy, é o ponto de entrega das cenas divertidas na trama, onde podemos dar muitas gargalhadas com momentos de muita descontração em meio à grande adrenalina presente no filme do começo ao fim. Assim como Pantera Negra (2018) teve um papel fundamental na representatividade negra dentro do cinema de super-heróis, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é um importante passo na representatividade asiática dentro do Universo Cinematográfico Marvel, com uma história que celebra essa cultura com honestidade e grandiosidade, o que muitas produções de Hollywood – no passado e no presente – deixaram de lado ao usarem clichês e estereótipos. Muito disso pode ser explicado pelas pessoas que fazem parte do filme, pois Kevin Feige (presidente da Marvel Studios) disse que 98% do elenco de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é asiático.
Uma das grandes expectativas para Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis era a introdução do verdadeiro vilão Mandarim no Universo Cinematográfico Marvel, pois uma versão falsa do personagem foi apresentado em Homem de Ferro 3 (2013). Agora, conhecemos Wenwu e a verdadeira origem da organização Dez Anéis, mas que é positivamente diferente do clássico antagonista nos quadrinhos da Marvel, ainda que esteja cercado de alguns auxiliares mais caricatos. Nas HQs, Shang-Chi é filho de Fu Manchu, considerado uma caricatura oriental racista e que contribuiu para o tipo de estereótipos "Perigo Amarelo" – metáfora racista que descreve os asiáticos orientais como um perigo para o mundo ocidental. Pensando nisso, o filme apresenta a personalidade complexa de Wenwu para explorar as origens da raiva e da dor que o fizeram tomar atitudes condenáveis em sua vida. O filme aborda de maneira primorosa relações familiares, tradições milenares, cultura oriental e um personagem bastante descolado que faz a sua esteia de forma brilhante e espetacular no Universo da Marvel. Há duas cenas pós créditos! Uma dela apresenta um momento importante para a continuidade da trama cinematográfica do herói, além de apontar novos rumos para essa nova fase do Universo da Marvel. Filme espetacular e imperdível! SINOPSE Em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis, Shang-Chi é um jovem chinês criado por seu pai em reclusão, sendo treinado em artes marciais. Quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar. Data de lançamento: 2 de setembro de 2021 (Brasil) Diretor: Destin Cretton Roteiro: Destin Cretton, David Callaham Produção: Kevin Feige, Jonathan Schwartz Edição: Elísabet Ronaldsdóttir, Harry Yoon, Nat Sanders Autores: Destin Cretton, Steve Englehart, Jim Starlin, David Callaham